Voltar à página inicial Câmara Municipal da Calheta

CALHETA

Vila da Calheta
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Forno da Cal

O forno da cal é um exemplar de tipologia civil industrial construído no ano de 1911, em pedra basáltica e argamassa. Era propriedade de António Rodrigues Brás e C.a.

Teve como propósito cozer pedra calcária e produzir cal, que era útil para o preenchimento de espaços entre as pedras e revestir paredes. Salienta-se que, a sua edificação deveu-se ao facto de a construção de habitações nos inícios do século XX ter tido um aumento considerável.

É o único do concelho, sendo dos poucos existentes no Arquipélago. Sofreu intervenção em 1993, quando foi restaurado o telhado.


Engenho de António Rodrigues Brás

Este imóvel de tipologia industrial edificado como engenho foi fundado por António Rodrigues Brás em 1908 na sua propriedade, era um imóvel de tipologia industrial. Por volta de 1922, o conjunto industrial juntamente com o forno da cal passou a pertencer a Manuel Rodrigues Brás, ao Dr. José Noé da Silva Martins e ao engenheiro António Manuel Rodrigues Brás. Posteriormente, pertenceu à sociedade Brás Teixeira & C.a Lda, e por fim, à Câmara Municipal da Calheta.

O engenho teve laboração também noutra propriedade, a norte do edifício da atual Câmara Municipal. Atualmente, restam apenas a chaminé em pedra aparelhada e algumas peças da fornalha que estão expostas no Parque Municipal da Vila da Calheta.


Edifício das Finanças

O edifício da Repartição das Finanças e de alguns serviços da vereação pertence à autarquia, que já ali funcionou.

Trata-se de um prédio de finais do século XVIII e inícios do século XIX, de três pisos e planta retangular, com molduras de cantaria cinzenta e tapa sóis que revelam características de tipologia civil de estilo típico madeirense. Este ficava junto ao mar até ter sido danificado pelo mesmo no ano de 1871.


Edifício da Câmara Municipal da Calheta 

Nobre e robusto edifício de arquitetura civil de planta longitudinal apresenta um portal maneirista de cantaria cinzenta regional, em arco de volta perfeita. É propriedade da Santa Casa da Misericórdia da Calheta, fundada a 7 de outubro de 1535, e incorporava o hospital, que havia sido instituído por Rodrigues Eanes a 17 de julho de 1505, e uma capela privativa onde se realizavam os serviços religiosos da Irmandade. Destinava-se ao abrigo de inválidos e doentes.

Em 1921 o edifício foi restaurado e retomou as suas funções, no entanto, estima-se que a sua atividade veio a ser extinguida, surgindo novamente a 14 de abril de 1956, com a aprovação de um novo Compromisso pela Comissão Administrativa da Misericórdia.

A partir de 1958 iniciou-se a recuperação do prédio e a construção de um hospital no Lombo da Estrela, assim sendo, a sede da Misericórdia na Vila da Calheta, deu lugar à escola do ciclo preparatório a 28 de setembro de 1972.

Com a mudança de local da Escola Preparatória Simão Gonçalves da Câmara, no ano de 1981, a Misericórdia da Calheta acabou por ceder o espaço à Câmara Municipal da Calheta, onde esta se mantém até à atualidade, e onde funcionam grande parte dos serviços administrativos e a presidência.


Fontanário

Em 1921 a Câmara da Calheta edificou, junto ao casario primitivo, na Praça da Ponte na Vila, um singular fontanário em alvenaria de cimento com quatro faces e 6,10 metros de altura no total, de que faz parte uma pia circular com 0,80 de altura e 2,40 de largura.

Este e outros fontanários, característicos da Arquitetura Utilitária, dispunham de água canalizada, tendo sido construídos para facilitar o consumo doméstico e melhorar as condições de higiene da população. Eram também locais privilegiados de convívio e sociabilidade.


Sociedade de Engenhos da Calheta - Engenho de Lopes e Duarte 

Este característico imóvel de Arquitetura Industrial surgiu durante o segundo ciclo do açúcar, como engenho movido a água, fundado por Vicente Lopes em 1894. Após a sua morte, no ano de 1896, foi feita sociedade entre a viúva D. Maria Gonçalves Lopes e Vitória de Jesus com José Sardinha Duarte, passando assim a ser denominado Lopes & Duarte, no ano de 1901. Foi por esta altura introduzida uma máquina auxiliar a vapor.

Entretanto, a partir de 1924 um terço do engenho foi arrendado por 14 anos ao comerciante Alfredo Vitorino Gomes.

A concentração dos engenhos da Calheta foi decretada a 14 de maio de 1954 passando a denominar-se Sociedade de Engenhos da Calheta Lda.”. Mantém-se em funcionamento até à atualidade, sendo possível vê-lo em laboração ainda com as máquinas antigas. Aqui são produzidos os famosos bolos de mel de cana da Calheta e a aguardente.

Mantém, desde a sua construção inicial, a sala de máquinas; a sala dedicada ao fadista madeirense de tradição coimbrã, Edmundo Bettencourt; a sala de provas e, mais recentemente, possui um pequeno núcleo museológico com maquinaria antiga do engenho.


Igreja Matriz da Calheta

Com sede primitiva na Capela de Nossa Senhora da Estrela, a Igreja Matriz da Calheta foi construída nos finais do século XV e inícios do século XVI, tendo sido reconstruída em 1639.

Trata-se de um templo dedicado ao Espírito Santo, conserva um espólio artístico, religioso e arquitetónico destacando características do período manuelino e maneirista. Entre os séculos XVI e XVIII colecionou um vasto e valioso conjunto de ourivesaria sacra do qual se destacam a cruz processional, os três lampadários da capela do Santíssimo e a pia batismal. É de salientar,ainda, o sacrário trabalhado em ébano com ornamentações em prata, que segundo a tradição teria sido oferta de D. Manuel I à sua amada Vila Nova da Calheta”. Destaca-se também, o teto da capela-mor e da nave central em estilo mourisco, assim como um conjunto de imagens de vulto perfeito.

Em meados do século XX o adro foi remodelado com calhau rolado contendo a inscrição da data alusiva à sua construção, 1954. 


Casa das Mudas

Situada no Vale dos Amores, junto à escola Básica e Secundária da Calheta, merece destaque o edifício Casa das Mudas, também conhecido por solar dos Cabrais.

Pertenceu a Duarte de Brito e Joana Cabral (neta de Zarco) em finais do século XV e inícios do século XVI. No entanto, a estrutura que nos resta nos dias de hoje data do ano de 1752, data inscrita no lintel de uma janela.

As descendentes mudas, do anterior herdeiro João de Ornelas Cabral, morreram sem deixar geração, passando a casa então a pertencer à afilhada de uma das morgadas, Henriqueta Gouveia, tendo posteriormente, o seu neto Francisco José de Gouveia vendido a propriedade e os terrenos à Junta Geral do Funchal, passando assim ao domínio público.

A novembro de 1993, foi adaptada e inaugurada a Casa da Cultura, em que no primeiro andar são feitas exposições e no segundo situa-se a Biblioteca Municipal da Calheta, que pertencera à Fundação Calouste Gulbenkian. Além disso, é importante referir o Mudas Museu de Arte Contemporânea, projeto do Arquiteto Paulo David, inaugurado em outubro de 2004